Laudo sobre o acidente deve sair em até 180 dias, afirma órgão responsável da Aeronáutica
O laudo técnico com as causas do acidente envolvendo o avião da Passaredo Linhas Aéreas, que derrapou na pista e foi parar no gramado do Aeroporto Leite Lopes, neste sábado (1), deverá sair em 180 dias.
O acidente, que ocorreu às 16h50, provocou o cancelamento de quatro voos e manteve o aeroporto fechado, segundo o Daesp, até pouco antes das 21h. A aeronave vinha de Maceió (AL) e ficou a 15 metros da pista depois da derrapagem. Chovia na hora do acidente.
A assessoria de imprensa da Passaredo informou que a empresa não vai se pronunciar ou divulgar os nomes dos dois comandantes que estavam na cabine, até que saia o laudo. Segundo a assessoria, a aeronave era sempre revisada e estava em condições perfeitas, tendo sido vistoriada e liberada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Segundo o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, os trabalhos de investigação estão a cargo do 4º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa 4), órgão subordinado ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), do Ministério da Defesa.
O tenente Nishimori, do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, afirmou que a investigação do acidente está em estágio inicial. "Nestes casos, a Aeronáutica não aponta culpados, apenas detecta quais foram os fatores contribuintes da ocorrência."
Nishimori também admitiu que não existe linha de investigação definida.
Condições
O Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo) afirmou que a pista do Leite Lopes tem sistema de drenagem para evitar água acumulada.
Por outro lado, o aeroporto não tem um sistema de aproximação por instrumentos chamado ILS (sigla de Instrument Landing System), que dá uma orientação precisa ao avião que esteja pousando baseado na transmissão de sinais de rádio que são recebidos, processados e apresentados nos instrumentos de bordo.
Em 98, acidente matou duas pessoas
O mais trágico acidente aéreo, na história do Leite Lopes, foi registrado em 1998 e matou duas pessoas. Um Learjet em treinamento, com dois tripulantes e um aluno, caiu durante uma tentativa de arremetida - procedimento adotado pelo piloto para ganhar altitude novamente após um pouso defeituoso ou quando se percebe situação de perigo logo ao tocar na pista.
O aparelho vinha de Franca, onde os ocupantes tinham feito uma arremetida perfeita. Mas, em Ribeirão, a operação foi malsucedida. O aluno, ao tocar o chão, perdeu o controle do avião, que atingiu um caminhão, estacionado ao longo da pista, na cerca do aeroporto. Na batida, o caminhoneiro que presenciava o pouso morreu. O avião caiu em seguida e pegou fogo, matando um tripulante.
Fonte: Vítor Ogawa (jornalacidade.com.br) - Foto: Milena Aurea
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